Não é alarmismo! São considerações científicas precisas.
A NASA, agência espacial norte-americana, revelou que no ano de 2024 o nível global dos oceanos apresentou elevação superior à esperada, principalmente em razão do aquecimento das águas.
Dados científicos mais recentes sobre a elevação do nível dos oceanos, obtidos por meio de monitoramentos científicos avançados, agora também complementados por aferições com o Satélite Sentinel-6 Michael Freilich, revelam tendências preocupantes e informações cruciais.
AUMENTO DO NÍVEL DO MAR
Desde 1993, o nível global dos oceanos subiu cerca de 10 centímetros, com aceleração significativa nos últimos anos. Em 2024 o aumento foi de 0,59 cm, 37,2% maior que as projeções iniciais, que eram de 0,43 cm.
Embora existam variações anuais, a tendência geral é inequívoca: os oceanos continuam subindo, e a velocidade desse processo está se intensificando progressivamente.
Cerca de dois terços desse aumento eram atribuídos à água proveniente do derretimento de geleiras e camadas de gelo terrestres, enquanto aproximadamente um terço resultava da expansão térmica da água oceânica.
Em 2024 essa proporção inverteu-se, com dois terços da elevação sendo consequência direta da expansão térmica.
Evolução do nível do mar desde 1993, com projeção de aumento acelerado.
No acumulado desse período, o nível global dos oceanos subiu aproximadamente 10 centímetros, conforme demonstram os dados coletados por sequência ininterrupta de satélites de observações oceânicas.
AQUECIMENTO E CIRCULAÇÃO OCEÂNICA
A NASA explica que transferência de calor para os oceanos, responsável pela expansão térmica da água, ocorre por meio de diversos mecanismos. Em condições normais, a água marinha organiza-se em camadas determinadas por temperatura e densidade, com água mais quente flutuando sobre camadas mais frias e densas.
Na maior parte dos oceanos, o calor superficial percorre essas camadas muito lentamente até alcançar as profundezas.
Porém, em regiões caracterizadas por ventos intensos, as camadas oceânicas sofrem agitação suficiente para provocar mistura vertical.
Grandes correntes, como as presentes no Oceano Austral, têm a capacidade de acelerar essas camadas, facilitando o deslocamento das águas superficiais para regiões mais profundas.
O fenômeno El Niño também contribui significativamente para esse processo, vez que o deslocamento de grandes massas de água quente, normalmente localizadas na região oeste do Oceano Pacífico, para as regiões central e leste, resulta em movimentos verticais de calor através das camadas oceânicas.
O estudo reforça a crescente preocupação da comunidade científica com os impactos das mudanças climáticas, especialmente para habitações costeiras que já enfrentam episódios mais frequentes de inundações durante marés altas, a exemplo de diversas regiões da Flórida e da Indonésia.
CAUSAS DO AUMENTO
Degelo Polar – Antes causa mais significativa, o derretimento de geleiras e calotas polares contribui com o aumento dos níveis oceânicos. O degelo marinho no Ártico e na Antártida proporcionaram níveis historicamente altos em 2024 e 2025.
Expansão Térmica – Atualmente o mais acentuado efeito, o aquecimento dos oceanos, causado pelo aumento das temperaturas globais, é responsável por dois terços dos aumentos recentes. A expansão térmica ocorre quando a água aquece e se expande.
IMPACTOS E ALERTAS
Riscos Costeiros – Comunidades costeiras enfrentam riscos crescentes de inundações, erosão e perda de habitats, devido à elevação do nível do mar.
Mudanças Climáticas – O aumento do nível do mar é reflexo direto das mudanças climáticas, a exemplo das graves tragédias crescentes acontecendo por fenômenos exacerbados pelo aquecimento global, como o El Niño.
Projeções Futuras – Cientistas alertam que, mantidos os hábitos e costumes atuais, a elevação dos níveis oceânicos continuará em ritmo acelerado, podendo atingir 16 cm nos próximos 15 anos, com impactos desiguais em diferentes regiões.
O satélite Sentinel-6 Michael Freilich desempenha papel essencial nesse monitoramento, fornecendo dados precisos sobre o nível dos oceanos, temperatura e umidade atmosférica, informações fundamentais para entender as mudanças climáticas e planejar ações de mitigação.
Essas informações destacam a urgência de ações globais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e proteger as comunidades vulneráveis.
Fontes; pesquisas virtuais.
Paulo Dirceu Dias
paulodias@pdias.com.br
Sorocaba – SP
15/03/2025